Pois é, nem sempre aquilo que parece, é...Eu de malas feitas, a Anabela dispensada do trabalho, prontinhos para ir conhecer o Casino Estoril, o ego a rebentar de inchado, e eis que tudo se desmorona qual castelo de cartas..."... era uma vez, num reino muito distante, um arqueiro muito ingénuo que acreditava em tudo o que lhe diziam.
Quer dizer, não era assim tão ingénuo mas, acreditava em quase tudo o que lhe diziam.
Não se preocupava muito com o que se passava à sua volta e, desde que o deixassem ir fazendo os seus tiros e as suas miradas, lá ia fazendo a sua vidinha sem chatear ninguém.
Como gostava muito do que fazia, facilmente transmitia o gosto pelos arcos e flechas a todos quantos com ele privavam. E foi assim que, ao longo dos anos, foi criando por todas as cortes por onde passou fiéis seguidores que mantiveram bem vivos os seus ensinamentos e o seu amor pelos arcos e flechas.
Um belo dia, sem estar à espera, foi surpreendido por um arauto do rei que lhe anunciou estar indicado para receber um prémio como reconhecimento dos serviços prestados, numa cerimónia a realizar na corte, na presença do próprio rei e dos Nobres mais importantes do reino.
Sem caberem em si de contentes, o arqueiro mais a sua bela donzela, iam fazendo os preparativos para a cerimónia que se aproximava, não se poupando a esforços para poder estar à altura da situação que os esperava. Sempre iriam estar na presença do Rei...
A ansiedade era tanta que já sonhavam com esse dia e as suas conversas iam sempre ter ao mesmo assunto:
- O que levará a rainha vestido? perguntava a donzela ao arqueiro!
-Achas que o rei me vai cumprimentar? retorquia o arqueiro!
E os dias iam passando enquanto todos os amigos e vizinhos do arqueiro lhe davam os parabéns e não lhe poupavam elogios...
Até que um dia... já muito perto da tão esperada data, o ruído do galope de um cavalo chamou a atenção do arqueiro pois estava a dirigir-se para sua casa.
Intrigado dirigiu-se ao cavaleiro e ficou um pouco desconcertado ao verificar que era novamente um mensageiro do rei.
- És tu o arqueiro convidado para a festa da corte? perguntou o mensageiro!
- Sim, na verdade fui eu o abençoado pela extrema bondade de sua majestade. Que novas me trazeis do reino?
- Más novas arqueiro, más novas! Faz sua alteza real saber que, apesar de reconhecer os teus bons préstimos por todo o seu reino, não vai poder honrar-te como merecias...
Poderás ir à cerimónia mas com uma condição: se quiseres comer, levas um farnel de casa e comes do que levares pois o banquete, será servido só para os nobres senhores que muito amavelmente aceitaram o convite de sua majestade!
- Mmmas... porquê? Eu tinha sido informado que...
- Trata-se de uma pequena alteração organizativa. Sabes arqueiro, estes assuntos da corte são muito complicados e, mesmo que eu te explicasse, tu não ias compreender!
E dizendo isto, o mensageiro do rei deu meia volta ao cavalo e arrancou impetuosamente deixando o arqueiro prostrado com a surpreendente notícia.
- Então, então e o... ? foram as suas últimas palavras.
Já o cavaleiro ia longe quando parou repentinamente o cavalo e, de entre uma enorme nuvem de poeira gritou:
- É verdade, quase me esquecia! O teu prémio será entregue um destes dias em tua casa. Mesmo que venhas à cerimónia, não te esqueças que tens que levar o farnel, não vais poder receber o teu prémio! Seria muito aborrecido para os nobres senhores convidados de sua majestade, terem o seu banquete interrompido por uma tão vulgar causa!
E com estas palavras o mensageiro partiu, deixando para trás um coração despedaçado...
e não só!"
Esta cara não me é estranha...
Que bravo cavaleiro e tão nobre montada. Que batalha terá sido esta?
Cuidado bandidos e saqueadores de estrada, cuidado dragões que assustam as mais belas donzelas, cuidado horrendas figuras que perseguem os nossos sonhos. D. Pedro Pança e o seu nobre corcel Carriça Curvas Rápidas chegaram e não mais vos darão descanso. Quando menos esperarem irão ouvir algo como trovões em noites de tempestade e quando essa hora chegar dai corda aos sapatos pois o que ouvem não são trovões mas sim os cascos enfurecidos e o relinchar de Carriça Curvas Rápidas. Corram e não parem pois D. Pedro Pança tem a mais certeira pontaria de todos os tempos. A rapidez com que dispara as suas flechas é tanta que há quem diga que nem chega a disparar a própria flecha. Qual Robin Hood qual carapuça! Viva D. Pedro Pança e a valente Carriça Curvas Rápidas.
Viva também o seu fiel escudeiro Diogo Bateria Batuque. Possuidor de tais encantos e feitiços que não há donzela que lhe resista. Sempre fiel e companheiro, Diogo Bateria Batuque é mestre na arte das poções e feitiços. Reparem como segura tranquilamente na indomável Carrriça Curvas Rápidas enquanto D. Pedro Pança afugenta um ou dois dragões.
Viva o Pedro Pança que está com uma imaginação superior à do seu nobre Senhor, D.Quixote de la Poupança.
-Continua meu bom Pedro Pança! Deixa escorrer essa tua fértil imaginação dos teus roliços dedos para as teclas da infernal máquina que há-de ser o fim de todos nós!
Isso mesmo, coloca-nos um sorriso nos lábios!...
Meu bom Pedro Pança, não vês que estás apoderado pelos demónios e a ser usado por todas estas máquinas que contra nós conspiram e nos querem destruir?
Ó boa e terna criatura, não tentes demover-me da minha sina!
Solta-me a mão! que já a espada ergo, afasta-te que já invisto!
Não consegues ver que um cavaleiro jamais foge a uma contenda quando tem a sua honra em jogo?
Afasta-te! e se eu não voltar, faz saber à minha amada Anabeia, que por ela e sua honra me fiz à peleja.
Não as vês? Não as ouves?
São máquinas diabólicas que nos enfeitiçam e embriagam ao ponto de já não sabermos quem somos, o que fazemos e para onde vamos...
À luta!!!
Que os Deuses guiem a minha espada pois esta maldita máquina vai ser a primeira a cair a meus pés!...
AAAAHHHHHHHH!
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