sexta-feira, 19 de agosto de 2005

Rapa das Bestas na Galiza

A minha paixão por cavalos levou-me no passado mês de Julho à zona de Pontevedra, na Galiza, onde assisti e participei numa cerimónia ancestral que é realizada anualmente na pequena aldeia de Sabucedo.
Fui de moto ( outra das minhas paixões), com os meus camaradas de inúmeras aventuras e algumas desventuras Paulo Pica e Armindo Jorge.
Trata-se de um evento que justifica a deslocação de todos quantos se interessam por este nobre animal.
Na sexta-feira é montado o acampamento e começa a festa com bandas de alto nível e alguns milhares de foliões num ambiente incrível de alegria, música e muitos litros de "calimocho", uma bebida valente que ainda hoje estou para saber o que é.. .
No sábado às 7 horas (manhã), foi dado o sinal de partida e os habitantes da aldeia iniciaram a marcha de 8 Km que os levaria aos montes onde se encontram os seus cerca de 5oo cavalos em estado completamente selvagem. Nesta tarefa colaboraram cerca de 500 corajosos turistas onde se incluia o nosso grupo. Com a ajuda de 20 cavaleiros que nos acompanharam na penosa subida, procedeu-se à recolha dos cavalos selvagens com situações que fariam inveja a muitos filmes do velho Oeste.
Os cavalos iam chegando em pequenos grupos e eram reunidos numa zona cercada.
Ao fim de quatro horas, com a imprescindível ajuda de todos nós, foram conduzidos para a aldeia cerca de 400 cavalos criando uma imagem fantástica de beleza e movimento.
Já na aldeia deu-se início à "Rapa": Numa pequena arena são introduzidos cerca de 100 cavalos e alguns habitantes da aldeia designados de "Lutadores", tomam posição junto dos mesmos.
Um dos "Lutadores" monta de um salto o cavalo escolhido e outros dois acorrem a ajudar o primeiro segurando um a cauda e o outro a cabeça do animal. Logo de seguida e à ordem de um deles, o cavalo é derrubado num movimento que mais parece de luta greco-romana, para júbilo de uma assistência superior a 3500 pessoas.
Quando o cavalo fica imobilizado, rapidamente lhe são cortadas as crinas por um veterano da aldeia, sendo o animal libertado de seguida. Toda esta manobra dura cerca de 4 minutos tendo o espectáculo a duração de hora e meia.
Claro que nem todos os cavalos conseguem ser derrubados e que por vezes uma das ambulâncias de serviço tem que avançar para o hospital... ossos do ofício!
Sábado à noite, festa rija e Domingo mais duas "Rapas", uma de manhã e outra à tarde com o recinto sempre repleto de assistência.
Na segunda feira todos os cavalos fazem o caminho de regresso aos montes e são libertados por mais um ano.

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial